
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul, através da Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos (DRCPE/DERCC), deflagrou na manhã de quarta-feira (07/05/25) a Operação Krypteia, visando desmantelar uma organização criminosa especializada em estelionatos, falsificação de documentos, invasão de dispositivos informáticos, adulteração de veículos e lavagem de capitais. O grupo utilizava dados de contas invadidas do portal GOV.BR para aplicar os golpes.
A ação mobilizou cerca de 120 policiais civis para o cumprimento de 22 mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão em diversas cidades do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Charqueadas, Arroio dos Ratos), Santa Catarina (Florianópolis, São José, Palhoça, Criciúma) e no Rio de Janeiro. A operação contou com o apoio das Polícias Civis do Rio de Janeiro e Santa Catarina, da Polícia Penal gaúcha e de outros órgãos especializados.
Segundo o delegado João Vitor Heredia, da DRCPE, a operação visa desestruturar a organização desde sua liderança até os membros das células operacionais. Até o momento, 17 pessoas foram presas e foram apreendidos celulares, documentos, uma arma de fogo e munições. A investigação teve início após um registro em Gravataí, onde uma vítima adquiriu um veículo anunciado online e, após o pagamento, descobriu que o carro era roubado e o documento de transferência (ATPV-e) era falso.
As investigações revelaram que o líder do grupo, já cumprindo pena superior a 70 anos em uma penitenciária gaúcha, comandava a aquisição de veículos roubados ou furtados no RS e SC. Estes veículos eram então adulterados por outra célula. Posteriormente, um estudante de tecnologia de 24 anos, residente no Rio de Janeiro, utilizava engenharia social para invadir contas GOV.BR dos proprietários dos veículos originais, obtendo acesso à documentação veicular.
Com o veículo clonado e com acesso aos documentos, os criminosos passavam a anunciar a venda do veículo em marketplaces por um valor abaixo do mercado, atraindo o interesse de terceiros, que acabavam realizando a compra do veículo. Nesse momento, valendo-se do acesso fraudulento ao aplicativo .GOVBR, um dos criminosos realizava a transferência de documentação do veículo original para a vítima. Esta, com a documentação e o veículo em mãos, ao buscar a vistoria do DETRAN, verificava que se tratava de um veículo produto de furto/roubo. Neste momento, os valores já haviam sido disseminados pela célula financeira do grupo, em Santa Catarina, que utilizava empresas de fachada para a lavagem e ocultação dos valores provenientes do crime, repassando o lucro posterior aos demais integrantes da organização criminosa.
Esta foi a primeira grande Operação do Departamento Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Civil, o qual foi criado pelo Decreto nº 58.095, publicado em 08/04/2025, que instituiu mudanças na estrutura organizacional da Polícia Civil.
Este post foi resumido a partir de sua versão original com o uso de IA, com revisão humana.